Polícia Civil e Instituto Estadual do Ambiente realizam operação contra crimes ambientais no Caju

Polícia Civil e Instituto Estadual do Ambiente realizam operação contra crimes ambientais no Caju

Polícia Civil e Instituto Estadual do Ambiente realizam operação contra crimes ambientais no Caju

Policiais civis da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) deflagram, em conjunto com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a “Operação Expurgo”, para reprimir crimes ambientais no Caju, Zona Portuária do Rio. O objetivo é cumprir mandados de busca e apreensão contra narcotraficantes e empresas que exploram e utilizam uma área da comunidade de maneira irregular para descarte de resíduos.

As investigações da DPMA tiveram início após denúncia do Inea. Os criminosos se associaram a diversas empresas de resíduos e passaram a cobrar taxas para permitir os descartes. O aterramento ilegal vem criando grandes lixões, que contaminam o lençol freático, suprimem a vegetação de mangue e geram prejuízo ambiental estimado em quase R$ 5 milhões.

– Seguimos realizando operações policiais para combater o crime organizado diariamente, também com foco na asfixia financeira. Já bloqueamos diversos bens e recursos das facções e das milícias no estado. Não vamos recuar até devolvermos a paz e a ordem à população de bem que mora nas comunidades – ressalta o governador Cláudio Castro. 

Segundo a especializada, parte desse resíduo vem sendo também usado para aterrar uma grande área desocupada, que permite triplicar a comunidade do Parque Alegria. Durante a investigação, verificou-se que a atividade de recebimento de resíduos ilegais na região do Caju tornou-se uma nova forma de exploração econômica da facção, e que também é muito lucrativa às empresas, que pagam aos narcotraficantes valores abaixo dos cobrados pelos Centros de Tratamento de Resíduos credenciados pela prefeitura do Rio de Janeiro.

Os agentes identificaram 10 empresas que praticaram de forma reiterada crimes ambientais na região. Além disso, uma companhia que possui contrato com a prefeitura também é alvo da operação, pois foi apurado que seus funcionários vêm desviando maquinários e equipamentos para auxiliar o esvaziamento destes lixões clandestinos explorados economicamente pelo tráfico de drogas e assim manter a permanência da atividade criminosa.

– As facções criminosas agem sempre para ampliar seus territórios e não se importam em cometer crimes ambientais na busca pelo aumento de sua área de influência e de seu faturamento. A ação da Polícia Civil tem o objetivo de impedir esse crescimento criminoso, garantindo também a proteção ao meio ambiente – cita o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi.  

Diante do ano ambiental estimado para a reposição da vegetação degradada na Zona Portuária, a DPMA representou pela medida cautelar de sequestro de 17 caminhões destas empresas. A Justiça irá se manifestar quanto ao pedido após a operação.

Os agentes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), desde outubro do ano passado, operam com o núcleo de inteligência um mapeamento dos crimes ambientais cometidos às margens da Baía de Guanabara, especialmente o descarte ilegal de resíduos.

Na ação desta quarta, os técnicos do Inea irão dimensionar a quantidade de detritos empilhados no lixão do Caju e a extensão da poluição provocada ao meio ambiente, que são importantes para aferir o valor das multas que serão aplicadas às empresas poluidoras. Pela legislação em vigor, as multas podem chegar a R$ 5 milhões pelos crimes ambientais.

– Nos últimos meses temos intensificado as operações para acabar com os lixões irregulares no Rio de Janeiro, há todo um trabalho de inteligência e diversos investimentos em tecnologias que os órgãos ambientais estaduais estão aplicando e colhendo bons resultados – destaca o secretário do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.

Imagem: Fabiano Veneza / SEAS

RESGATE NO NATAL

Foi na área que é alvo das ações desta quarta que, no Natal do ano passado, um homem foi resgatado do “tribunal do tráfico”. Ele tinha sido capturado por cinco traficantes armados, que o torturaram. O crime foi flagrado durante monitoramento da investigação da DPMA.

Diante das imagens obtidas e da constatação de que o homem poderia ser executado, foi elaborada uma operação policial de emergência para resgatá-lo. O trabalho rápido da Polícia Civil garantiu que ele fosse retirado da comunidade com vida. Na ação, um criminoso foi alvejado em confronto e morreu. Com ele, foram apreendidos um fuzil, farta quantidade de munição, um cinto tático e rádio comunicador.

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